O homem visto nas imagens do circuito interno saindo de uma boate, localizada na Praia da Ponta Verde, em Maceió, no último dia 1º, na companhia da estudante universitária Bárbara Regina Gomes da Silva, 21, não é o comerciante Cícero Ribeiro, como alguns parentes e amigos chegaram a insinuar. A informação foi confirmada por um dos policiais da Delegacia Anti-Sequestro, que investiga o desaparecimento de Bárbara.
O delegado Antônio Nunes, presidente do inquérito, nas últimas horas ouviu mais de oito pessoas, entre parentes e amigos da jovem. Intercalando com os depoimentos, ele também já esteve em supostos locais onde a jovem deveria estar, mas nada foi encontrado.
Com exclusividade, o EMERGENCIA190 conversou com Ribeiro, que assume ter um envolvimento amoroso com Bárbara durante cerca de um ano e meio.
Casado há seis anos com Cristiane Pontes e pai de uma criança de oito anos, o casal, após a repercussão do desaparecimento de Bárbara, está obrigado a ficar dentro do apartamento. São poucas as ligações que atendem e até a frequência de amigos e familiares diminuiu após ele (Ribeiro) ser acusado como o homem que saiu com a garota na madrugada do dia em que ela foi vista pela última vez.
“Desde o domingo (2) eu e minha esposa não dormimos. Meu filho não para de chorar. Quando saímos nas ruas às pessoas ficam olhando estranhamente pra gente, comentando: lá vão os assassinos. Isso dói... é revoltante. Não temos nada com isso e vamos provar”, disse o emocionado comerciante, que chegou a chorar durante a entrevista.
Sobre as acusações, principalmente feitas pela mãe da jovem, a costureira Valéria Leite, que em entrevista ao EMERGENCIA190 chamou Ribeiro de ‘cafajeste’ e creditou a ele toda a desgraça da filha, ele tenta manter a calma. LEIA AQUI
“Prefiro aguardar os fatos. Essas acusações são inconsequentes. Deveriam ter responsabilidade antes de acusar inocentes. Eu e minha mulher estamos sendo vítimas de sucessivas calúnias”, falou ele.
“Estamos com receio até de sair de casa. A Bárbara tem família e muitos amigos e tememos ser vítimas dessas pessoas que podem, de uma maneira ou de outra, querer nos punir. Mesmo a Polícia me descartando, como sendo o homem que saiu com Bárbara naquela madrugada, ainda assim a campanha que foi feita contra a gente é muito grande e eu tenho receio do que isto pode nos causar”, falou Ribeiro demonstrando pesar.
Ele também afirmou que vai aguardar o final das investigações, quando ficará comprovado quem está por trás do desaparecimento da ex-namorada e que a partir deste momento vai até a Justiça a fim de exigir punição de quem acusou ele e a esposa, garantindo ainda que exigirá ressarcimento pelo que foi falado.
Cícero Ribeiro confirmou que manteve uma relação extraconjugal com Bárbara e hoje se diz arrependido. “Não foi namoro e sim algo muito rápido e sem consistência, pelo menos de minha parte. Esse foi meu erro, pois sou casado e amo minha esposa. Foi uma fraqueza e sei perfeitamente que a Bárbara gosta muito de mim. Ela se envolveu demais”, acrescentou.
Perguntado sobre o que o levou a ir até a Polícia por conta própria e depor no inquérito, Cícero Ribeiro disse que não tem nada a temer. “Eu tenho Deus no coração. Só tenho medo da traição. Nem eu e nem minha mulher devemos nada a ninguém. O que estamos enfrentando é um verdadeiro pesadelo. Tá difícil suportar. Se Deus quiser essa garota vai aparecer com vida e dizer toda a verdade”, concluiu o Ribeiro. Após prestar esclarecimentos na terça-feira (4), ele acompanhou alguns policiais até uma de suas propriedades, localizada no bairro da Serraria, onde segundo a família de Bárbara, seria o cativeiro da garota.
Ele também colocou a disposição da Polícia o segredo dos telefones celulares dele e da esposa, além dos do apartamento e de seu estabelecimento comercial.
Apesar de ter sido descartada que Cícero é o mesmo homem que aparece nas imagens do circuito interno da boate, segundo a Polícia, até que se prove quem realmente participou no desaparecimento de Bárbara, todos são suspeitos de terem envolvimento no sumiço da jovem.
As imagens da boate mostram que às 2h48m um homem, com blusa azul, entrou no estabelecimento segurando um cigarro em uma das mãos e um ingresso na outra. O mesmo homem deixou o local, de mãos dadas com Bárbara, às 3h09m.
Amizades sob suspeita
Enquanto Bárbara não aparece a Polícia continua com seu trabalho de investigação. Muitas pessoas tem ligado para a família ou para o número 181, telefone do Disque Denúncia, informando, colaborando e até confortando os parentes. Mas a maioria das ligações são trotes e tem deixado a Polícia longe da conclusão do caso.
Bárbara Leite é conhecida como uma garota com um vasto ciclo de amizade, e são com algumas dessas amizades que a Polícia tem uma ‘atenção’ especial.
Mayra Barros é uma delas. A jovem foi na terça-feira pela manhã até a Polícia e prestou seu primeiro depoimento. A presença de Mayra, sem ninguém da família e apenas acompanhada de um advogado, não passou despercebido. Parentes e policias se perguntaram do porque do nervosismo da jovem, que deixou a boate onde estava Bárbara, horas antes da amiga sair com o desconhecido. Na opinião de policiais experientes uma garota como Maysa deveria ter chegado com alguém da família, mas ela se comportou como alguém que sabe muito mais do que falou a Polícia.
Mikaelly Pimentel, uma recém amiga de Bárbara, também é outra pessoa que a Polícia tem muito interesse em sua narrativa. Bárbara e Mikaelly, que estranhamente desligou os telefones no domingo (2), chegaram juntas a boate. Bárbara, segundo as investigações, saiu de casa de taxi, foi até a residência de Mikaelly e juntas, foram para a ‘balada’. As duas permaneceram juntas até horas depois de Mayra deixar o local alegando que iria fazer uma ‘prova’ no sábado (1º).
Amigos de Bárbara chegaram a postar em várias páginas do Facebook uma imagem das três juntas (Bárbara, Maysa e Mikaelly) com uma frase: “Mikaelly, não é hora de fugir, por favor nos ajude”.
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